quinta-feira, 1 de outubro de 2009

AMAR SEM SE PERDER...



AMAR SEM SE PERDER...

O Amor pode ser um sonho arrebatador que nos faz voar para lá dos nossos próprios horizontes e, quando nos reveste com as cores do arco-íris e nos leva sem cessar pela magia de um som que nos afaga o coração e enobrece a alma é um sentimento espectacular... muito sensual quanto íntimo embriaga o nosso ser deixando-nos para lá de nós mesmos... Uma entrega que se liberta e compreende, que se respeita e defende.

No entanto, quando se chama de amor aquilo que pretende anular o nosso próprio ser e nos arrasta para o fundo de um poço como se não fossemos nada... isso é o fim de um ser...uma descida para uma noite negra e sem o apoio ou brilho da lua. Quando o amor se torna uma obrigação constante... um sonho desfeito em lágrimas... um desatinar inconstante perdido e disfarçado por umas horas de riso, um vento de loucura... cuidado! Pode não valer a pena.

O amor é um mundo vasto e muito profundo mas tem e deve ser alimentado, recriado... deve vestir-se de fantasia e deitar-se com o pôr-do-sol. Deve ser dar e receber sem se perceber onde começa a loucura que o vento sopra... O amor tem de começar dentro de nós. Deve ser aceitar o outro como é e ser aceite... compreender e ser compreendido... acarinhar e ser acarinhado.... viver e deixar viver.

Temos que amar a pessoa que somos em primeiro lugar, sem deixar que a vida ou o que nos embriaga nos anule, por um sonho que pode ser vago... Há que olhar no espelho e sentir orgulho de sermos o que somos com defeitos e virtudes para que possamos amar em liberdade os outros. Ter capacidade para amar é um dom que nem todos têm e saber amar e respeitar é ser humano, ter valores e saber ser primeiro que tudo. Não quero com isto dizer que há quem não tenha capacidades de amar...não. Apenas que algumas pessoas esquecem que amar não é subjugar-se, ou subjugar outros, a vontades ou sofrer, como era designado, romanticamente, pelas grandes histórias de amor de que tanto já ouviramos falar ou mesmo já as tenhamos lido. Amar é ser feliz. O que nos pode fazer infeliz é a falta de amor... as ausências que podem ser sentidas mesmo estando lado-a-lado. Esta entrega que tantos anseiam mas, que ao mesmo tempo temem, pelo compromisso, pelo altruísmo que nela está implícita.

Amar a pessoa que somos é ter a capacidade para decidir ser... mas ser a cem por cento. Assumirmos os nossos sonhos as nossas vontades, os nossos defeitos e virtudes e nunca, nunca deixarmos que alguém nos coíba desse sentimento nobre. Há que ter forças para perceber quando o vento não sopra a nosso favor e só nos joga o lixo da sua própria estupidez... Há que ter forças para mudar o nosso próprio destino, pois só nós somos donos deles e o futuro é o que quisermos dele... ou ser uma anulação e deixar morrer cada brilho que a vida nos foi dando, cada sonho criado na encruzilhada de um crescimento natural ou gritar bem alto que: NÃO PODE SER! Gritar bem alto que o vento tem e deve-nos trazer as cores do arco-íris e colocar os nossos valores resguardados na doçura da lua... libertar o espírito dos tormentos que o corvo nos joga vingativo num dia incerto e escuro e gritar: VIVA A VIDA! EU SOU.... EU ME AMO.... SOU ESPECIAL..... MEREÇO SER FELIZ!

Deixar que o sol brilhe no nosso coração é importante, sentir o calor da ilusão de um vazio é humilhante mas, sentir o calor de amar sem se perder é o melhor que a vida nos pode oferecer.


Luisa Abreu
01/10/09

Nenhum comentário:

Postar um comentário