sábado, 14 de março de 2009

UMA VIDA




























UMA VIDA

De que vale uma vida,
Senão de momentos que plantamos no mar?
De vale uma vida,
Senão do que se inscreve nesta saudade de lutar?
De que vale uma vida,
Se não podermos dos nossos medos soltar
Toda a eloquência que nos aperta,
Toda a prepotência com que nos desperta
O grito de quem manda?
De que vale uma vida
Se não encontrarmos as cores da nossa demanda?

De que vale uma vida,
Se não for a magia de uma partilha sentida?
De que vale uma vida,
Se não pudermos hoje abraçar o amanhã?
De que vale uma vida
Que não seja firme em terra chã?
De que vale uma vida,
Perante a dor da ausência e da partida?
De que vale uma vida
Se não fizermos da noite a beleza do dia adormecido?
De que vale a vida
Se não puder partilhar a minha luz contigo?
E, de que valerá andar com o corpo durido
Se, nunca nos apercebemos desse abraço amigo?

Luisa Abreu
15/03/09

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